One Health, tema que está nas agendas da Organização Mundial da Saúde e dos profissionais de saúde, bem como da academia, foi o tema das II Jornadas de Saúde promovidas pela Universidade Europeia, em parceria com a Lusíadas Knowledge Center, a associação responsável pelo ensino e investigação do Grupo Lusíadas Saúde, no passado dia 24 de maio, no Auditório do Hospital Lusíadas, em Lisboa.
Foram reunidos especialistas de referência no setor para abordar este tema nas suas diversas dimensões. “Os desafios da One Health e o setor privado”, “Resistência antimicrobiana e ameaças emergentes”, “One Health: um novo desafio para o ensino e a investigação no domínio da saúde” e “Nutrição humana e saúde sustentável” foram os temas dos painéis.
O evento contou, na abertura, com Hélia Gonçalves Pereira, reitora da Universidade Europeia e Vasco Antunes Pereira, CEO do Grupo Lusíadas Saúde, e com Maria de Belém Roseira, presidente do Advisory Board da Universidade Europeia, para a Conferência Magistral. No encerramento, estiveram presentes o dean da Faculdade de Ciências Biomédicas e da Saúde da Universidad Europea de Madrid, Daniel Hormigo, Carlos Bertran, diretor geral da Universidade Europeia, e Eduarda Reis, presidente do Conselho Médico do Grupo Lusíadas Saúde.
Segundo Maria de Belém, “90% do risco de doença é definido pelo ambiente e apenas 10% é definido pelos genes. Os genes são parte de nós, mas não são tudo em nós.” Facto que se verificou aquando da descoberta da sequência do genoma: “achámos que íamos resolver tudo e não foi assim”. A antiga ministra da saúde ressalvou a importância de novas abordagens na saúde, que configurem todos os aspetos que a envolvem, de forma a dar uma melhor resposta às emergências, assim como novas tecnologias para a saúde, ter uma só saúde, a formação de recursos humanos e a ciber-resiliência, já que os ataques informáticos são uma realidade e uma ameaça.
Nos painéis, estiveram André Pinto, administrador do Hospital Lusíadas Amadora, Eduarda Reis, presidente do Conselho Médico do Grupo Lusíadas Saúde, Luís Lopes Pereira, country director na Medtronic, e Diogo Gouveia, vice-presidente da direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF), para falar sobre os desafios no setor privado.
No segundo painel, e para falar sobre resistência antimicrobiana e potenciais ameaças, estiveram Andreia Duarte, diretora de Farmácia do Grupo Lusíadas Saúde, como moderadora, e Helena Farinha, farmacêutica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Eduardo Malmierca, professor titular Infecciosas da Faculdade de Ciências Biomédicas da Universidad Europea de Madrid e Paulo Mergulhão, médico internista do Grupo Lusíadas Saúde, como oradores.
O terceiro painel debruçou-se sobre o ensino superior e investigação na área de saúde e contou com Ana Rafaela Prado, médica internista do Grupo Lusíadas Saúde, como moderadora, e a compor o painel Natividad Pérez Villalobos, vice-dean da Faculdade de Ciências Biomédicas da Universidad Europea de Madrid, José Fernandes e Fernandes, professor catedrático de cirurgia jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Miguel Castanho, professor catedrático de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e Pedro Amores da Silva, professor auxiliar da ESDH da Universidade de Évora e doutorado em Ciências Farmacêuticas.
O painel final versou sobre nutrição e sustentabilidade na saúde. A moderadora foi Alexandra Bento, coordenadora da área de Ciências da Nutrição da Universidade Europeia, e o painel contou a experiência de Helena Real, secretária-geral na Associação Portuguesa de Nutrição, Andreia Ferreira, nutricionista do Grupo Lusíadas Saúde, Sofia Couto da Rocha, Smart Aging & Chief Transformation Officer no Grupo Lusíadas Saúde, e Sandra Martins, docente de Nutrição e Desporto da Universidade Europeia.
O conceito One Health reconhece que a saúde dos seres humanos, animais e ambiente, incluindo as plantas, está interconectada e interdependente e que, por isso, é fundamental para enfrentar os desafios de saúde pública do século XXI. Muitas doenças infeciosas que afetam os seres humanos, como a gripe aviária e a SARS, tiveram origem nos animais. A recente pandemia global de Covid-19 veio também realçar a fragilidade desta interconetividade, tornando a saúde global ou o conceito de One Health mais compreensível. É por isso, cada vez mais urgente olhar para One Health como um todo.